A Sina do Barqueiro - Meg Mendes
Cinco. Cinco vogais. Cinco sentidos. Cinco amigos. Cinco escritores. Camila, Meg, Ed, Natanael e Carlos, esse é o Clube dos Cinco. Eles se reúnem à meia-noite em volta de uma fogueira, abrem uma boa garrafa de vinho e contam histórias.
Meg Mendes ergueu sua taça e disse de modo solene: “Declaro iniciada a reunião do Clube dos Cinco. Espero que apreciem a minha história”.
A Sina do Barqueiro
Meg Mendes
Caronte era o Barqueiro
do Hades, sua sina era carregar as almas dos recém-mortos sobre as águas do rio
Estige, que separa o mundo dos vivos do mundo dos mortos. Sendo um dos filhos
de Nyx, ele tentou roubar a caixa de Pandora onde jaziam presos seus irmãos e
irmãs e por tal feito foi condenado por Zeus a uma eternidade no submundo.
Uma corrente encantada
prendia-lhe o tornozelo e o fazia refém de seu destino.
Certa vez o barqueiro
transportou um jovem rapaz que possuía a túnica da sorte. Tal manto propiciaria
sucesso em qualquer intento que o rapaz realizasse.
Sabendo da boa fama da
túnica, o Barqueiro bolou um plano.
— Nenhum vivo passa
pelos portões do inferno, não posso lhe transportar.
— Óh senhor, necessito
ter com o diabo. É caso sério.
— Se é tão importante,
diz-me: como posso livrar-me de minha sina? Se me responderes, atravesso-te
pelo Estige.
— Prometo trazer-lhe a
solução de seu enigma quando retornar.
— Se acaso não tiveres
a resposta, definhará pela eternidade em Hades.
— Tens minha palavra.
Caronte esperou e
quando findo o terceiro dia, imaginou que o rapaz jamais retornaria. Quem
entrava no submundo com vida, não aguentava e também morria. Entretanto o jovem
voltou com a resposta. Em agradecimento, o Barqueiro o atravessou em segurança
para o lado dos vivos.
Era bem fácil livrar-se
de sua pena, o único problema era que raramente um vivo se aventurava aparecer
por ali. E isso era tudo de que precisava.
Caronte esperou.
Anos haviam se passado
até que um rei ganancioso apareceu, queria banhar-se no Estige em busca de
invulnerabilidade tal qual Aquiles.
— Nenhum vivo pode
adentrar no submundo. – falou o Barqueiro apenas por costume, atravessaria
aquele pobre coitado e livraria-se.
— Óh senhor Barqueiro,
atravessa-me e em troca dou-lhe muito ouro.
Ao filho de Nyx não
interessava a fortuna pois havia juntado todas as moedas pagas pelos mortos, entretanto
aceitou.
Quando no meio da
travessia Caronte parou.
— O que há? – o rei
furioso perguntou.
— Estou cansado da
longa viagem, paremos por alguns instantes.
O rei tinha urgência,
queria tornar-se poderoso para findar com a guerra que assolava seu povo. tinha
sede de conquista.
— Ora dê-me o remo, eu mesmo nos atravesso.
Quando a madeira tocou a mão do homem uma luz
azulada envolveu o corpo de ambos. A corrente envolto em névoa se desfez do
tornozelo de Caronte e foi se reconstituir no do rei.
Finalmente o Barqueiro do inferno estava
livre.
Rei burro!
ResponderExcluirA ganância pode cegar... Ele queria conquistar novas terras e acabou se ferrando!
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