O Clube dos Cinco - C. B. Kaihatsu



Cinco. Cinco vogais. Cinco sentidos. Cinco amigos. Cinco escritores. Camila, Meg, Ed, Natanael e Carlos, esse é o Clube dos Cinco. Eles se reúnem à meia-noite em volta de uma fogueira, abrem uma boa garrafa de vinho e contam histórias.
C. B. Kaihatsu ergueu sua taça e disse de modo solene: “Declaro iniciada a reunião do Clube dos Cinco. Espero que apreciem a minha história”.



O Clube dos Cinco

 C. B. Kaihatsu

Um grupo de amigos dos tempos do curso de Letras se reencontram vinte e cinco anos após a formatura em uma festa de reunião de classe da turma de 1980. Em um dado momento da tediosa confraternização, eles decidiram ir até um local que ficava próximo ao campus.
Durante o curso, eles se reuniam em volta de uma fogueira e contavam histórias de terror, fantasia e suspense, vez ou outra algum poema era declamado. As reuniões aconteciam mensalmente, sempre no quinto dia de cada mês e eram regadas à vinho. Eles se intitularam “O Clube dos Cinco”.
Distribuíam um periódico na universidade com as histórias do Clube dos Cinco, mas sem revelar as identidades dos membros. A publicação foi interrompida quando algo inexplicável aconteceu. Um dos alunos foi tido como louco ao relatar ter visto uma das criaturas das histórias. Tratava-se de uma figura que trajava a capa da morte, no lugar do rosto uma caveira com olhos vermelhos flamejantes, ela arrastava correntes tal qual é atribuído a fantasmas e segundo a história fictícia, ela roubava a alma de quem cruzasse seu caminho, condenando o sujeito a danação eterna.
O rapaz surgiu numa manhã com a fala desconexa, algumas escoriações afirmando que a criatura tomaria para si a alma de todos.
Mas após tanto tempo, naquela noite, os membros decidiram fazer uma última reunião do Clube dos Cinco. O primeiro membro a contar uma história, arrancou um tufo de grama do chão, jogou na fogueira e declarou iniciada as atividades dos cinco, ao que todos ergueram suas taças e brindaram. Quando o quinto membro encerrou sua história, um vento forte misteriosamente apagou a fogueira. Uma luz escarlate, envolveu uma criatura que surgiu no local onde antes havia fogo. Era idêntica àquela que o insano aluno descreveu tantos anos antes.
Os amigos constataram que não tratava-se de uma brincadeira e que a vil criatura era real, todos temeram por suas almas, mas eis que o nefasto visitante propôs um acordo:
“Pouparei suas almas e não mais me alimentarei de almas humanas com uma condição O meu alimento será as histórias de vocês, estarei escondida em algum lugar à espreita, apenas ouvindo. Todo quinto dia de cada mês, vocês deverão se reunir e cada um contar uma história”.
O acordo foi selado e “O Clube dos Cinco” ressurgiu.

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