A Marca da Abóbora - C. B. Kaihatsu
Cinco. Cinco vogais. Cinco sentidos. Cinco amigos. Cinco escritores. Camila, Meg, Morphine, Naiane e Natasja, esse é o Clube dos Cinco. Eles se reúnem à meia-noite em volta de uma fogueira, abrem uma boa garrafa de vinho e contam histórias.
C. B. Kaihatsu ergueu sua taça e disse de modo solene: “Declaro iniciada a reunião do Clube dos Cinco. Espero que apreciem a minha história”.
A Marca da Abóbora
C. B. Kaihatsu
Todo
ano, no dia 31 de outubro, os moradores de um pequeno vilarejo se fantasiavam
para enganar os demônios que acreditavam visitar a Terra nessa data.
Mesmo
com essa medida, havia um demônio que eles não conseguiam ludibriar, eles o
chamavam de Jack O’ Lantern. Recebeu esse nome dos aldeões por sua aparência,
corpo humano e cabeça de abóbora, seus olhos eram diabólicos e flamejantes.
Todos
os anos Jack levava uma alma consigo no dia 31 de outubro, mas não sem antes
espalhar o caos pela vila.
Ele
arrasava com plantações, matava alguns dos animais e quem cruzava seu caminho
nunca mais voltava a ser o mesmo. Um ancião chamado Zacarias era a última
pessoa viva a ter visto Jack. Esse encontro tirou toda a sua sanidade, o homem
passou a falar coisas desconexas e a decorar a entrada de sua casa com abóboras
no dia que o nefasto demônio visitava a vila.
Zacarias
esculpia feições macabras nas abóboras e no interior das mesmas ele colocava
velas. Era para proteção, contundo ninguém acreditava nele. A despeito de que
os outros pensassem, as abóboras confundiam Jack, em todos esses anos, ele
nunca tentou invadir a casa de Zacarias.
31
de outubro
Chegara
o dia que todos temiam. Alguns fantasiaram-se e reuniram-se em volta de uma
fogueira, outros ficaram trancados em suas casas esperando pelo amanhecer.
Uma
figura imponente surgiu das trevas, tal qual fora descrito por Zacarias,
labaredas de fogo saíam de seus olhos maléficos.
No
dia seguinte, os moradores, em absoluto silêncio, limpavam a bagunça feita por
Jack. Encontraram algumas galinhas e porcos mortos.
Um
grito interrompeu a quietude do lugar. Era da casa vizinha a de Zacarias. Uma
das crianças havia desaparecido. Na porta, era possível ver uma abóbora
esculpida na madeira. A marca da abóbora.
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