Vingança - C. B. Kaihatsu
Vingança
C. B. Kaihatsu
Século XVII
Os
gritos de dor de todas elas ecoavam na mente de Cassandra. Estavam todas
mortas, enquanto ela era a única que havia sobrevivido, a última de sua
linhagem.
Elas
possuíam a marca da bruxa, mas não eram más como as pessoas do vilarejo
imaginavam, pelo contrário, faziam tudo o que podiam para garantir a
prosperidade do local.
Ah!
Como os homens eram mal-agradecidos! Temiam sem razão o desconhecido. Foram
acusadas dos maiores atos de sordidez. Contudo, eram inocentes de cada uma das
acusações.
Cassandra
não foi descoberta, viveu durante anos nas sombras, aterrorizada com a
possibilidade de algum dia ter o mesmo destino de suas amigas. Ser submetida as
mais cruéis torturas e depois arder na fogueira. O crepitar do fogo, o cheiro
da carne carbonizada e os gritos. Ah! Os gritos! Eles não pareciam humanos.
Cassandra não suportou olhar, no entanto, a plateia estava excitada com aquele
espetáculo macabro.
Ao
longo dos anos, ela foi se aprimorando, contudo seu poder ainda não havia
atingido o ápice. Em seus últimos dias, jurou vingança, se não fosse nessa
vida, seria em outras.
***
1984
Desde
que nascera, Agatha tinha sempre o mesmo sonho em toda a véspera de Halloween. Mulheres
envoltas em chamas se contorciam de dor, enquanto ela carregava consigo dor e
vergonha.
Quando
ela era criança, seus pais tentaram de tudo para descobrir a origem de tal
sonho e poder ajudá-la, desde medicina tradicional até o que envolvesse o
místico.
Depois
de um tempo, Agatha tentou se acostumar e parou de relatar aos pais o seu
pesadelo anual, deixando-os aliviados e acreditando que tudo havia terminado.
Era
véspera de Halloween e Agatha havia recém-completado 17 anos. Naquela noite,
ela teve uma noite de sono tranquila, contudo escutou uma voz doce e melodiosa
sussurrar em seu ouvido palavras que ela desconhecia.
O
dia passou sem muitas surpresas, embora ela tivesse a estranha sensação de
ouvir a voz chama-la. Ao entardecer, ela pôs-se a se arrumar para uma vez de
Halloween, sua fantasia para aquele ano era de bruxa.
Mirou-se
no espelho e uma voz ecoou em sua mente: “Todos
eles vão pagar! Finalmente chegou o dia da minha vingança!”.
Agatha
tentou manter o controle, mas seu esforço foi em vão, agora existia somente
Cassandra naquele corpo. Por onde a bruxa passou ela deixou um rastro de
destruição, sangue e morte.
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